Postado em: 17/04/2020 |
Os três estádios de Curitiba, além do Ecoestádio, seriam os locais para os jogos das finais do Paranaense — Foto: Gazeta do Povo/Tribuna do Paraná
O Londrina, através do presidente Felipe Prochet, encaminhou, na última quarta-feira, à Federação Paranaense de Futebol (FPF) uma sugestão para conclusão do Campeonato Paranaense.
O clube pede que as quartas, semi e final sejam realizadas em Curitiba como sede única, com portões fechados, com os jogos acontecendo no Couto Pereira, na Arena da Baixada, na Vila Capanema e no Janguito Malucelli.
No documento encaminhado à FPF, o Londrina ainda sugere que seu time, Cianorte e Cascavel fiquem hospedados em Curitiba, para que as partidas possam ser realizadas com intervalo de 66 horas (quarta e quinta; sábado e domingo).
Para que isso aconteça também ressalta que é necessário um protocolo de ação com autoridades sanitárias do Estado e o aval da CBF.
O Paranaense foi suspenso após a última rodada da primeira fase, com a classificação de oito times: Coritiba, FC Cascavel, Athletico, Operário-PR, Cianorte, Londrina, Rio Branco-PR e Paraná. Os confrontos das quartas de final estão definidos com: Paraná x Coritiba, Cianorte x Operário-PR, Londrina x Athletico e Rio Branco-PR x FC Cascavel.
- Faz umas duas semanas que venho conversando, e eles pediram para protocolar essa sugestão de jogos em sede única. Na minha opinião, como temos três times da capital disputando, duas equipes próximas em Ponta Grossa e Paranaguá e só três que teriam que se deslocar, Cianorte, Cascavel e Londrina. Curitiba tem a melhor estrutura, com estádios que podem ser utilizados. Não tive uma resposta ainda da Federação e nem dos clubes. Repassei para todos e estou no guardo, afirmou o presidente do Londrina, Felipe Prochet.
A FPF está em recesso de 60 dias após o retorno das férias, na última segunda-feira. A entidade ainda não conversou ou organizou nenhuma reunião para tratar de um possível retorno do Paranaense.
A proposta, pelo menos nesse momento, não é vista com bons olhos. O presidente Helio Cury tem sido informado pelos órgãos de saúde do estado e do Ministério da Saúde, que uma volta do esporte antes de junho, não seria recomendável.
- Eu estou conversando com todos por telefone, ontem conversei com Cascavel, Cianorte, com o Paraná. Tem data, não? Sabe quando? Não. Vamos terminar o Estadual em campo. A CBF pode muito bem esticar o Brasileiro até janeiro, já que as férias foram dadas. O problema é que isso quebra o regulamento e aqui temos uma situação que a cidade mais distante está a 7 horas de distância, a logística não seria tão complicada assim, completou Prochet.
Clubes se dividem sobre proposta
Os clubes do interior se mostram favoráveis à proposta. Alguns consideram a solução como uma das melhores, como o dirigente do Rio Branco-PR, Itamar Bill, e o presidente do clube gestor do Operário-PR, Alvaro Goés, além do Cianorte e FC Cascavel.
- Não sei se todo mundo vai aceitar, mas se for para o bem e para terminar o campeonato e como é portão fechado, para mim, tanto faz. O Operário não tem problema, pode ser nessa forma, desde que todo mundo aceite. Vou no que todo mundo achar melhor. Para gente é pertinho. Só que eu acho que tem que terminar no campo o Estadual, disse Goés.
O dirigente do Cianorte, Lucas Franzato, é a favor da proposta do Londrina e se queixa da falta de movimentação da FPF em encontrar uma solução.
- A gente concorda. Na verdade, a gente concorda com qualquer tipo de diálogo. Desde o dia 15 de março não tivemos nenhuma reunião, conversa e nada. E é complicado, porque boa parte dos nossos contratos acaba no final do mês. A gente é a favor da ideia. A Federação teve a chance lá atrás de dar o campeonato como encerrado, e a maioria dos clubes na época aceitava isso, mas como passou e as coisas andaram. A ideia do Londrina é uma para colocar na mesa. Os presidentes estão abertos para diálogo. Hoje colocando em votação essa fórmula para gente faz todo sentido, diminuímos risco e damos sequencia. Das opções na mesa é a mais coerente e a que mais acredita.
- Nós entendemos que temos que resolver essa situação. Tem questão política, sanitária e insegurança por parte de todo mundo. Acho que quando tivermos entendido que o surto passou, ou que não tem mais risco, porque não podemos expor os jogadores, ninguém. Então, qual a ideia? Quando entendermos que passou esse momento, é salutar que tenha segurança pra se jogar, não precisa ter público. É salutar e entendível a proposta do Londrina. Talvez seja isso mesmo, deu segurança, vamos resolver todo mundo vai para Curitiba e tem que resolver, vamos resolver. Mas nesse momento agora, a Federação está até fechada por 60 dias. Nós vamos dar folga também de parada provisória, seguindo a Federação, disse o presidente do FC Cascavel, Valdinei Silva.
No Coritiba, o presidente Samir Namur revelou que ainda não tomou conhecimento do documento, mas que com o aval dos órgãos de saúde, apoia o Paranaense com sede única, em Curitiba.
- Se essa hipótese for colocada em discussão, o Coritiba apoiaria, principalmente se contasse com aval da secretaria de saúde e CBF, revelou.
No Paraná, o presidente Leonardo Oliveira entende que o momento ainda não é de discutir o retorno do Paranaense. Ele argumenta que ainda não há definições de orgãos de saúde sobre a retomada de eventos.
- Qualquer decisão neste momento é irresponsável. Enquanto os órgãos governamentais não tomarem decisões que liberem as atividades, não há como definir o que faremos. Quando voltarmos as atividades, precisaremos avaliar as condições que teremos
Em contato com o blog, o presidente do Athletico, Mario Celso Petraglia, preferiu não se pronunciar.
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