O decreto foi anunciado em razão do crescimento de casos, que triplicaram em dez dias. Curitiba tem 1.676 casos confirmados do coronavírus, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), neste sábado. Setenta e seis pessoas morreram pela doença na capital, segundo o boletim. De acordo com a prefeitura municipal, são 1.777 casos confirmados e 78 mortes.
A interpretação de Clóvis Arns é que o efeito do decreto e as restrições podem ser analisados semana a semana, mas somente devem mudar em um prazo maior. Para ele, o momento é de parar tentar controlar a disseminação da doença.
- Acho difícil que a gente consiga voltar a aquela situação bem controlada de duas semanas atrás. Como falei, para piorar a situação bastam duas semanas. Para controlar, no mínimo, o dobro. Não vejo perspectiva de falar em futebol, em academias e parques que não seja, no mínimo, daqui quatro semanas. (...) Agora é hora de parar e de esperar como a epidemia vai ser nas próximas semanas. Nesse contexto de estarmos enfrentando o pior momento, disse Arns.
A medida, no entanto, interfere diretamente apenas no Athletico, que tem seu centro de treinamento localizado dentro da cidade de Curitiba. Coritiba e Paraná Clube treinam fora, nas cidades de Colombo e Quatro Barras, região metropolitana.
O infectologista acredita que as restrições devem ser impostas também para a região metropolitana, como política geral de contenção. Os municípios já estão conversando, e a expectativa é de que se pronunciem nesta segunda-feira.
O Athletico informou ontem, através do seu presidente, Mario Celso Petraglia, que vai acatar o decreto municipal, enquanto Coritiba e Paraná Clube seguem apoiados de que não treinam na capital. Também há um movimento entre os clubes para que seja revista a definição do decreto de incluir os clubes profissionais de futebol.
No Paraná, os treinos presenciais foram liberados no dia 25 de maio. Esta primeira etapa abrange exclusivamente os treinamentos físicos dos atletas, respeitando um protocolo de distanciamento entre os atletas e profissionais durante as atividades.
Os clubes que retornaram fizeram testes de Covid-19 em todos os profissionais envolvidos. Dos exames feitos, dois deram positivo no Coritiba, três no FC Cascavel (no presidente do clube e em dois jogadores) e um no Paraná Clube. O Athletico fez testes, mas não divulgou os resultados.
Dos oito clubes classificados para as quartas de final do Paranaense, apenas Londrina e Rio Branco-PR ainda não retomaram as atividades presenciais.