Em sua primeira partida em um torneio ATP 250, o rondonense Thiago Seyboth Wild fez uma exibição para se orgulhar contra o experiente argentino Carlos Berlocq, nesta segunda-feira (26), no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, na 1ª rodada do Brasil Open.
Para quem esperava um massacre do argentino de 35 anos sobre o jovem que vai completar 18 em um mês, a primeira impressão foi a melhor possível. Batendo firme na bola, explorando as paralelas e devolvendo praticamente tudo, Wild teve impressionantes 87% de aproveitamento nos pontos de saque, com 3 aces na primeira etapa. Berlocq, respeitando muito o jogo intenso do brasileiro, trocava longas bolas e tentava acelerar, mas Thiago respondia e conseguiu a quebra no oitavo game, sacando em seguida para fechar o set e levantar a pequena torcida que enfrentou a chuva torrencial em São Paulo na noite de segunda-feira.
Na segunda parcial a maior experiência de Berlocq fez diferença. Wild parecia ansioso para definir os pontos e o argentino explorou, alimentando a direita do brasileiro com bolas no meu da quadra, que voavam longas depois do fundo da quadra. A quebra de saque veio logo no quinto game, o que deixou o jovem paranaense pressionado para quebrar de volta, o que provocou mais erros não forçados. Berlocq devolveu o placar de 6-3 e a partida foi para o set desempate.
Aí foi o físico que abandonou o brasileiro. Logo no início da parcial Thiago sentiu cãibras na perna esquerda, e perdeu serviço para dar a vantagem a Berlocq por 3-1. Um break-point a favor logo no game seguinte alimentou as esperanças da torcida, mas Berlocq reverteu e confirmou para fazer 4-2. As cãibras ficaram mais fortes e Thiago perdeu seu serviço de zero. Aí foi questão do argentino confirmar o serviço e fechar o set em 6-2 e a partida em 2 a 1, com 2h13min de duração.
Na saída da quadra Berlocq disse que o início de Thiago, muito forte, o surpreendeu, mas que se adaptou e, à medida que os pontos se alongavam, pode explorar mais as dificuldades físicas do brasileiro.
O brasileiro, muito cansado na entrevista pós-jogo, admitiu que o patamar da partida estava acima do que ele tem no momento, mas se mostrou confiante para os próximos torneios. “Tenisticamente falando eu já cheguei neste estágio – tenho mais tênis do que vários jogadores que estão por aqui – mas a parte física ainda fica um pouco para trás”, afirmou. “Preciso aprender a lidar melhor com certos momentos, dosar um pouco mais energia para momentos que são mais importantes”, completou, antes de cair com outro ataque de cãibras em plena zona mista.
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Fotos do texto: Marcello Zambrana/DGW Comunicação