Ter a chance de, com apenas 16 anos, defender as cores de um dos maiores times do Brasil, é para poucos. E com muito trabalho, talento e dedicação, essa oportunidade bateu na porta na jovem rondonense Maria Luisa Schmidt, que a partir deste ano jogará na equipe sub-17 de futsal feminino do Corinthians/ Tiger/ Drummond e levará para a capital paulista o sonho de se tornar uma jogadora profissional.
À exceção da última temporada, quando atuou pelo Foz Cataratas, Maria defendeu as cores de Marechal Rondon, desde os primeiros chutes na escolinha da AACC até as seleções de base do município, quando sempre se destacou na equipe dirigida pelo técnico Diogo Schneider, o Bolha, justamente quem a indicou para jogar em Foz do Iguaçu.
Em conversa com o site Olhonabola, Maria Luisa resumiu sua passagem no time da fronteira. “Minha temporada no Foz Cataratas foi muito boa, com muitas experiências, boas e ruins, porém um ótimo aprendizado dentro e fora das quadras, participando de muitos campeonatos. Evoluí tanto no futebol como em minha personalidade”, afirmou, explicando como foi o caminho para defender o Corinthians em 2017. “Em setembro consegui o contato através de uma amiga de Curitiba que joga no Coxa. Entrei em contato com o preparador físico Fabio, que logo pediu se eu poderia ir fazer o teste. Na semana seguinte eu e minha mãe fomos a São Paulo para realizar o teste, onde fui avaliada durante cinco dias, tanto para o futsal como para o futebol de campo. O resultado veio no último dia, e foi positivo. Após a convocação para jogar no clube, a negociação se deu por meio de conversas entre eu, minha mãe e o técnico Wagner”, explicou.
Dos anos em que atuou pela seleção rondonense, Maria só guarda boas recordações, destacando a influência do técnico Bolha em sua formação como atleta. “Eu levo muita consideração do tempo em que joguei por Marechal, pois desde o começo, há uns nove, dez anos atrás, todos me apoiaram e o Bolha foi muito importante nessa trajetória. Me ajudou a saber novas técnicas, sempre me aperfeiçoando para ser cada dia melhor, me ajudou fora das quadras também, me ensinou a ter responsabilidade, muitas vezes me colocando de capitã em campeonatos difíceis ou até mesmo aqueles que não eram de tanta importância, e uma das coisas que eu levo sempre comigo que ele dizia pra mim e para minhas colegas dentro das quadras e fora, era pra ‘fazer o simples bem feito’”, relembra.
Como ainda está em idade para cursar o ensino médio, Maria, que irá morar na Casa das Atletas quando for em definitivo para São Paulo, explica que, além de mostrar talento com a bola nos pés, é preciso ser boa aluna para seguir jogando no time paulista. “Eles têm uma ótima política para isso, com uma parceria com o Colégio Drummond, aonde exigem que tenhamos boas notas e um bom desempenho nos treinos”.
Seu sonho? Chegar à seleção brasileira, claro. “Acho que é o sonho que todas as meninas têm e correm atrás disso”, finaliza.
Orgulho de técnico
Quem também conversou com o Olhonabola sobre o feito de sua ex-atleta foi o técnico Diogo Schneider, o Bolha, que se mostrou muito orgulhoso com o feito de Maria Luisa. “Como todo técnico de categoria de base, trabalhamos nesse processo de formação de atletas, então fiquei muito feliz com essa notícia. Na verdade não fiquei surpreso, pois sabia que a Maria tinha potencial para seguir uma carreira como atleta, que era o seu sonho. Ela sempre foi uma atleta muito dedicada, comprometida com os treinos, o trabalho, e está colhendo o que plantou lá atrás, desde o tempo que começou na AACC, com o Karl e o Carlinhos, e depois com 11 para 12 passou a fazer parte do time de rendimento de Marechal, disputando competições regionais e a nível estadual, como a Taça Paraná, e sempre foi uma atleta que se destacou. Sempre acreditei nela e vemos o reconhecimento do nosso trabalho em cima do seu sucesso, então só tenho a agradecer e ficar orgulhoso de uma menina que poderá ser vista a nível nacional e quem sabe mundial, representando a seleção brasileira de base. Acredito que nesse clube ela terá uma visibilidade muito maior. Parabéns a todas as pessoas envolvidas no processo de formação da Maria e vamos torcer e pedir a Deus que continue iluminando-a nesse novo projeto e que possamos ouvir falar muito dela ainda”.