O fim está próximo. Com 45 anos completados no dia 3 de outubro, o assistente FIFA Roberto Braatz será obrigado a pendurar sua bandeirinha no final deste ano. O rondonense, que teve o auge de sua carreira em 2010, quando trabalhou em duas partidas da Copa do Mundo na África do Sul, aos poucos vai se despedindo das competições nas quais trabalhou por diversas ocasiões.
Nesta sexta-feira (12/10), Braatz terá mais um momento marcante em sua carreira: irá se despedir de partidas entre seleções em um dos maiores clássicos sulamericanos, Argentina e Uruguai. O confronto, válido pela 9ª rodada das Eliminatórias da América do Sul para a Copa de 2014, acontece no estádio Mundialista, na cidade Mendoza, na Argentina, às 16h.
Nada como um duelo entre jogadores do nível de Messi, Mascherano e Aguero contra Lugano, Forlán e Suarez para marcar o desfecho de uma rica trajetória na arbitragem.
Veja a conversa que o Olhonabola teve com Roberto Braatz antes de seu embarque para Mendoza:
Olhonabola: Este clássico entre Argentina e Uruguai deverá ser sua última partida internacional como auxiliar FIFA?
Braatz: Ainda tem jogos da Copa Sulamericana, mas jogos de Eliminatórias este será o último e provavelmente entre seleções também.
Olhonabola: Como é trabalhar em um jogo de tamanha rivalidade? O trio de arbitragem sente que a pressão nesse tipo de jogo é maior que em duelos de menor importância?
Braatz: Sempre é difícil fazer jogos de Eliminatórias, mas este em especial é o jogo mais difícil para árbitros brasileiros envolvendo seleções. Depois do Brasil são as duas maiores seleções da América, e ainda tem a rivalidade que é realmente muito grande. Uruguai, atual campeão da Copa América jogando na Argentina em 2011. Além disso os donos da casa perderam seu último jogo para o Peru. Realmente vai ser um grande jogo, mas a equipe de árbitros já está se preparando, inclusive o trio trabalhou junto no sábado (06/10) no jogo Vitória x ABC. A pressão existe, mas estamos preparados.
Olhonabola: Ser obrigado a parar de trabalhar em 2012 em virtude da idade te deixa frustrado por não ter a chance de ser auxiliar na Copa de 14 no Brasil?
Braatz: Não me deixa frustrado, porque me preparei para este momento Sabia que aos 45 teria que parar e também porque conquistei praticamente tudo o que um árbitro FIFA pode realizar. O que fica é um questionamento em relação a esta idade limite. Poderia ser pelo condicionamento físico, aí sim teria mais uns três a quatro anos nesta mesma performance. E também pactuo da ideia de que mais pessoas devem ter a oportunidade de vivenciar este momento maravilhoso que é uma Copa do Mundo.