No início, a determinação imposta pelos organizadores da Copa Colônia/ Cercar/ Jaclani Esportes/ Yamaha/ Prefeitura de Marechal Rondon de futebol amador de que cada equipe seria obrigada a contar entre os 11 atletas que estão em campo com dois jogadores veteranos, acima de 35 anos, e outros dois atletas juvenis, da classe sub-19, deixou muita gente com um certo receio de que a ideia poderia prejudicar o andamento da competição.
O objetivo dos idealizadores era dar a oportunidade para que ‘velhos’ craques do futebol amador rondonense, que já não se viam mais atuando em campeonatos oficiais, por assim dizer, voltassem à ativa, e também dar a chance para que novos talentos sejam revelados, já que ainda não se tem um calendário para campeonatos apenas de categorias de base.
Após quatro rodadas do Municipal, o cenário é totalmente favorável. Até agora, nenhuma equipe se viu obrigada a ter que jogar os 90 minutos com um jogador a menos por falta de um destes atletas. Levando em conta uma média de cada uma das 19 equipes tenha inscrito cinco veteranos e cinco juvenis, chega-se ao excelente número de 95 jogadores de cada uma destas categorias na disputa da Copa Colônia/ Cercar. Alguns deles, ainda por cima, tendo grande destaque, como o veterano atacante Adálcio de Oliveira, da AACC, que já marcou gols, e o jovem Ruan Johann, que irá completar 16 anos no final deste ano, artilheiro do DJ Esporte/ Allpha Bolas/ Embalamil com cinco gols anotados.
Além de todos estes fatores já citados, outro ponto de destaque que essa determinação proporcionou foi o fato de que alguns pais possam atuar ao lado, ou mesmo ser o treinador, de seus filhos. Dentre alguns destes casos, está o próprio Ruan, filho do técnico Danilo Johann, do DJ Esporte Clube, uma das gratas surpresas neste início de campeonato. O mesmo acontece nas equipes do Clube Lira/ Casa do Queijo, onde o técnico Marcio Herpich comanda seu filho Maikel; no Aimoré da Linha São Cristóvão, onde o treinador Verner Horn orienta seus filhos Jandrei e Junior, e no Olhonabola/ Isepe Rondon, onde a dupla de irmãos Marcos e Gustavo é dirigida pelo técnico Helmuth Rohlof. Nesta mesma equipe, o veterano Reginaldo Cardoso, o Igrejinha, troca passes com seu filho. “Sempre me imaginei jogando com o Gabriel, e este ano estou tendo essa oportunidade. Acredito que a intenção do pessoal que organiza o Municipal de deixar os veteranos jogar com a gurizada está dando certo”, opina Igrejinha.
Já na equipe da Sooro, a família Silva, muito conhecida no esporte amador rondonense, é representada por Pedrinho e Patrike. “É muito prazeroso ter a oportunidade de jogar com meu filho. É uma coisa que já sonhei um dia e agora estou podendo realizar. É difícil acompanhar essa gurizada, mas tento fazer o máximo dentro de campo. No tempo em que jogamos juntos a gente faz o possível para tentar aproveitar esse entrosamento entre pai e filho”, revela Pedrinho.
No 3AC/ Avante, são mais dois casos em que a tabelinha pai e filho aparece. O goleiro Valmir Warken, o Vavá, é pai do meio-campo Gustavo, enquanto o zagueiro Osnir Comin troca passes com seu filho atacante Nicholas. Na AABB, mais uma dupla: os zagueiros Jéferson Trentini, o Pé-de-Valsa, dá conselhos para seu filho Hiago.
Mas é no time da Sigilus Alarmes que a palavra ‘família’ está mais presente dentro de campo. Em certo momento, os irmãos veteranos Niti e Beto estiveram em campo ao lado de seus filhos Leandrinho e Thomas, respectivamente. “É um privilégio. Eu já jogava muito campeonato amador e ele nem havia nascido ainda, e agora eu com mais de 40 anos podendo jogar com meu filho é maravilhoso. Se tudo der certo no final vamos erguer a taça junto com meu filho e meu sobrinho”, comenta Edson da Silva, o Niti. Seu sobrinho, Thomas, também comemora o fato de jogar em família. “É uma satisfação muito grande. Já jogamos juntos e também contra no amador, quando joguei pelo Corinthians de Margarida e ele pelo São Remo, e é muito bom poder jogar com o pai, padrinho, primo. Vamos fazer o possível para ser campeão em família”, afirma o camisa 11 da Sigilus.