Unanimidade ao ser citado como um dos maiores pivôs de todos os tempos do futsal brasileiro, Lenísio Teixeira Junior foi a grande atração no último dia de programação do 1ª Edição do Estágio para Treinadores de Futsal, evento realizado pela Copagril Futsal durante toda a semana em Marechal Rondon.
Nesta sexta-feira (13/07), no ginásio Ney Braga, Lenísio foi o protagonista de um ‘bate-papo’, como ele mesmo considerou, com os 40 inscritos do estágio, comissão técnica da Copagril e demais interessados em saber mais sobre a vida e carreira do camisa 10 da seleção brasileira campeã do Mundo em 2008.
Carreira essa recheada de títulos e artilharias do cara que sabia como poucos colocar a bola na rede adversária. Nascido em Cuiabá em 1976, Lenísio começou a jogar com 15 anos no Corinthians/ Araçatuba, em 1991. Em 1994, se transferiu para a Wimpro/ Guarulhos, onde conheceu o técnico Miltinho, um de seus grandes incentivadores no futsal. Em 1997, foi jogar pela General Motors, de São Caetano, para poder atuar ao lado do técnico Ferreti. No ano seguinte, foi para o Atlético Mineiro para jogar ao lado de Manoel Tobias. Entre 2001 e 2002, foi jogador da Ulbra, de Canoas, treinado pelo técnico PC. Em seguida se transferiu para o futsal espanhol, onde teve grande sucesso no El Pozo Murcia, entre 2002 e 2005, e muita decepção no Polaris World Cartagena nos dois anos seguintes.
Em sua volta ao Brasil, foi um dos destaques da Malwee/ Jaraguá, novamente treinado por Ferreti e onde reencontrou Falcão, com quem havia jogado junto na GM. Entre 2007 e 2010, conquistou outras três Ligas Nacionais (as duas primeiras foram pelo Galo e na Ulbra). Em seu último título na equipe catarinense, por sinal, o adversário foi a Copagril. No primeiro duelo, em Marechal Rondon, Lenísio fez um dos gols no empate por 2 a 2. Na volta, o 2 a 0 deu o título para o Jaraguá.
O último clube de Lenísio foi o Poker/ Petrópolis, onde jogou até abril deste ano, quando encerrou sua carreira por causa dos seguidos problemas físicos, principalmente na panturrilha e joelho.
O Olhonabola conversou com Lenísio para saber como foi sua passagem por Marechal Rondon, o que ele fará daqui para frente e sua opinião sobre um assunto que ele conhece tão bem, a seleção brasileira. Confira:
Estágio
“Foi maravilhoso, foi muito proveitoso, porque o objetivo que eu tinha, que era aprender e estar perto de grandes profissionais, foi alcançado. Temos que parabenizar a Copagril e todos os envolvidos no evento, que realmente foi maravilhoso, a organização e a iniciativa, esperamos que seja o primeiro de muitos outros”.
Futuro
“Não tenho nada decidido por que tem apenas quatro meses que parei de jogar e tenho um longo caminho pela frente e quero me preparar muito bem para determinadas situações. Mas foi muito proveitoso, até pelos contatos, pelas histórias, pela convivência diária, foi muito bom. Não sei ainda que área vou seguir, mas tenho certeza que a que escolher estarei bem preparado para executar”.
Volta a Marechal após a final da Liga de 2010
“A Copagril é uma referência, não apenas de títulos, mas também de estrutura, de projetos. E os profissionais que estão envolvidos, comissão técnica e jogadores. Não esperava voltar desta maneira, mas sempre admirei o trabalho da Copagril, é um projeto que eu gosto, se identifica um pouco com o que eu penso também. Para mim foram cinco dias maravilhosos. A receptividade e o tratamento que eu tive foram muito bons, vou levar grandes lembranças daqui”.
Palestra
“Não foi bem uma palestra, foi mais um bate-papo. Falei um pouco sobre minha carreira, sobre minha vida, princípios, o que penso um pouco sobre futsal e sobre a vida também. Pude interagir com os presentes, que puderam participar e tenho certeza que foi legal para todos”.
Copa do Mundo
“Acho que o Brasil sempre será favorito, independente do campeonato. Infelizmente, dito pelos próprios membros da comissão técnica, o Brasil não fez uma preparação adequada nestes quatro anos em razão de alguns problemas. O Marcos Sorato (técnico) não pôde contar sempre com os jogadores que ele gostaria, então talvez o Brasil não vá como deveria em termos de preparação, mas o Brasil, pelos seus talentos e qualidade, sempre é favorito e a gente espera que o Brasil possa trazer mais título”.
Gadeia
“Ele vem se destacando há alguns anos, ele é um jogador referência aqui em Marechal, e não posso opinar se ele deve ou não ir para o Mundial até por uma questão ética, mas com certeza ele tem totais condições de integrar a seleção brasileira, justamente pelo que ele vem fazendo aqui na Copagril”.