Nadar 3,8 quilômetros, pedalar 180 e correr outros 42, tudo isso no mesmo dia. Algo que parece impossível, e talvez seja para a maioria das pessoas, é a meta que o professor Ricardo Brandt está preparado para atingir neste domingo (29), na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis (SC), no Iron Man Brasil 2022, maior evento de triatlo da América Latina, com mais de 2 mil competidores, e que irá classificar os melhores de cada categoria para o Mundial do Havaí.

Aos 40 anos, o professor do curso de Educação Física na Unioeste, em Marechal Rondon, e Doutor em Performance Esportiva, vem se preparando diariamente nos últimos cinco meses para suportar as distâncias que apenas os ‘homens de ferro’ são capazes de aguentar. “Todos os dias faço alguma modalidade. Especificamente para o ironman, são 20 semanas de preparação, aonde se treina todos os dias, com poucos ou quase nenhum dia de folga ao longo desse período. Basicamente eu treino uma ou duas modalidades durante a semana, além dos treinos de musculação e alongamento”, explica Ricardo, que cumpre à risca um cronograma de treinamentos de segunda à sexta, intercalando atividades de corrida, pedalada e natação. “No sábado faço o treino chamado de transição, que são as três modalidades, simulando uma prova, e no domingo é sempre o pedal ou às vezes corrida. Ao longo dessas 20 semanas o treino vai se intensificando conforme vai chegando perto da prova. Chegamos a um volume semanal de 50 a 60 quilômetros correndo, dez quilômetros nadando e quase 330 quilômetros de bike, esse é o volume de dez semanas, mas agora nessa reta final, faltando uns 15 dias para a prova, começa a diminuir. Agora nos últimos dias é basicamente treinos bem leves para recuperar o corpo para a prova”, relata.

Praticante de esportes desde criança em Cascavel, sua cidade natal, Ricardo foi agregando as modalidades até se tornar triatleta. “Antes de 2010 eu fazia corrida de montanha e natação faço desde criança. Quando morei em Floripa comecei a pedalar também, e aí foi só juntar as três modalidades”, recorda.

Às vésperas do Iron Man Brasil, Ricardo Brandt, que chegou a capital catarinense, onde já viveu por 12 anos, há mais de uma semana para se ambientar novamente ao clima, se mostra preparado para completar a prova em menos de 10h e meia. “Agora é só esperar a competição, descansar, treinar leve para chegar bem recuperado e poder fazer força na prova. A largada vai ser 7h30 e tenho a expectativa de completar o trajeto em 10 horas e 20 minutos”, estima.

Praticante do triatlo desde 2010, Ricardo Brand carrega a experiência de ter participado de provas de várias distâncias, incluindo sprint, olímpico, meio ironman e ironman. Com o conhecimento de quem atua na área de performance esportiva, o professor reconhece que as provas como a que vai competir neste domingo ‘castigam’ o corpo dos atletas. Para ele, completar as 20 semanas de treinos é a parte mais difícil para o triatleta. A prova em si, para ele, é uma ‘festa’. “Esportes de  ultraendurance  são extremamente agressivos ao corpo, em razão do tempo de treino, então é preciso ter toda uma condição alimentar nutricional, emocional e de fortalecimento muscular para não ter lesão e suportar a carga de treino. A prova em si assusta pela distância total, mas o difícil mesmo é suportar as 20 semanas de treino, isso é o que castiga. A prova é a festa. A prova é ir lá para fazer aquilo que a gente está preparado, é quase que comemorar com os amigos e com a família”, destaca Ricardo, que irá competir na categoria 40-45 anos, reconhecendo que uma vaga no Mundial do Havaí é uma meta difícil de ser alcançada. “Nessa classe a concorrência é muito grande, é extremamente difícil conseguir uma das duas ou três vagas no Mundial, mas vou fazer o melhor que puder”, finaliza.